sexta-feira, 12 de julho de 2024
Alemães nas Missões- Colônia Guarany
quarta-feira, 19 de junho de 2024
sábado, 25 de maio de 2024
A SANTA CRUZ SOLITÁRIA – Linha Seca
Capitel/ Gruta Linha Seca Guarani das Missões - RS
quarta-feira, 17 de abril de 2024
Material pesquisado sobre Cerro Largo (Serro Azul)
Cerro Largo, sua
história, ainda como Serro Azul
Os
jornais de época nos dão uma dimensão de Serro Azul, hoje cidade de Cerro
Largo. Em princípio fontes fidedignas em relatos garimpados e reduzidos a
termo, com link do original para pesquisas daqueles que procurarem pela
originalidade.
Importante
frisar de que Serro Azul, foi parte da então colônia Guarany, 5º distrito de
São Luiz Gonzaga, passando a ser o 6º distrito. Ficou uma colonia dentro da
colonia. Sua criação:
Por outro lado, entenderam as
autoridades da época, que a área administrada era muito grande e resolveram,
então, criar o 6º Distrito, formado por parte do 5º distrito, como se vê no
trabalho de Sonia: “O Livro de Actos do Município aponta para o fato de que um
novo distrito foi criado, pelo Decreto de 08.12.1915, estabelecido pelo ato n.5
de 08.12.1915, considerando que: o 4º e 5º districto, por sua grande extensão
territorial, densidade de população e crescente desenvolvimento, dificultam uma
boa administração e sua subdivisão trará forçosamente mexer administração e que
é aspiração d‘aquela zona essa divisão e, como consulta ella também ao
interesse do Município, a Lei orgânica, em seu art. 10º, inc. 1º e 3º,
resolveu: Art. 1º - Fica creado um novo districto com a denominação de Sesto
Districto, tendo como sede a da Colônia Serro Azul formado de parte do 4º parte
do 5º Districto, com as seguintes divisas: Ao Sul pelo rio Ijuhy Grande, a
partir do ponto onde esse rio faz contacto com a divisa das terras da Companhia
Colonizadora Rio Grandense descendo por elle até à barra do lageado Portão, no
4º Districto, ao Oeste seguindo pelo lageado Portão até as suas cabeceiras e
d‘ahi por uma linha reta até encontrar a linha 3 e por essa linha até o rio
Comandahy; ao Norte seguindo pelo rio Comandahi até encontrar a linha Izabela,
descendo por ella até encontrar a divisas das terras da Companhia Colonizadora,
por essas divisas até o rio Ijuhy Grande, d‘onde partiu. Art. 2º Revogam-se as
disposições em contrario. Façam-se as devidas communicações. Intendência
Municipal de São Luiz Gonzaga, 8 de Dezembro de 1915. Fructuoso G. Pinheiro
Machado. Intendente (VIEIRA, Sonia Bressan, 2010, p. 285)
Foi criada a Colônia de Serro
Azul pelo Dr. Horst Hoffmann. Sendo esta confessional, ou seja, étnica e religiosa
(NEUMANN, R. M, Uma Alemanha em Miniatura, 2009, p.18). Dentre os projetos de
colonização confessionais, destaca-se a fundação da colônia de Serro Azul, hoje
Cerro Largo, na região das Missões, em 4/10/1902, pela Associação de
Agricultores, a Bauernverein, na pessoa de Pe. Max von Lassberg, SJ, juntamente
com Karl Culmey. A partir dessa experiência, o mesmo religioso fundou, ainda,
ao lado, Santo Cristo, [...] a Companhia adquiriu já em 1900 uma área de 29.160
hectares na margem direita do rio Ijuí, no município de São Luiz Gonzaga,
fundando ali a colônia Serro Azul (hoje, Cerro Largo), um ponto estratégico,
pois futuramente seria o local de entroncamento dos ramais da referida Estrada
de Ferro (NEUMANN, R. M, Uma Alemanha em Miniatura. 2009, p. 69).
Outro fato que considero
importante, embora possa não ser o mais exato, é a notícia que dá a limitação
dos núcleos da colônia Guarany, quais sejam: Uruguay – na margem do Rio deste
nome e constando de: Rincão Vermelho, Serro Pelado e Porto Lucena. Commandahy:
que se compõe de Serro Azul, Encantado, Campo Novo e Giruá.
Jornal
a Federação, cabe destaque o despacho da Secretaria de Obras, do ano de 1903,
edição 180, p2, 04/08/1903[1], acessado em 25/01/2024 e
19/02/2024, Ibsis litteris:
SECRETARIA DE OBRAS PUBLICAS
Despachos
Dia
31- Do Dr. Presidente:
Dr.
Horts Hoffmann. – Na presente petição expõe o dr. Horts Hoffmann, liquidante da
empresa Estrada de Ferro Noroeste Rio Grande (Rio Grande Nordwest – Bahn
Gesellschaft M. Casebräukter Haftung):
Que em sessão de assembleia geral de
acionistas effectuada na cidade de Leipzig, em 24 de janeiro do corrente anno,
foi deliberada a liquidação da referida sociedade, attenta a impossibilidade de
obter novos e sufficientes capitaes, para que foram em vão todas as tentativas
feitas assim como na Allemanha, como na França, Inglaterra, Belgica, Austria e
Estados Unidos;
Que em consequencia, nos termos de
direito, se deve considerar caduca a concessão que o governo deste Estado
outorgara, por decreto n. 104, de 26 de julho de 1897, para exploração de uma
estrada de ferro de Tupaceretan a S. Luiz e Nonohay, com um ramal para Caxias,
e outro de S. Luiz para S. Borja e Itaquy.
Que além disso, terão de reverter ao
domínio do Estado, de accordo com o art. 3º do contrato addictivo de 24 de maio
de 1899, todas as terras que a sociedade adquirira, por compra, ao governo do
Estado, em 23 de janeiro de 1900 e 15 de fevereiro de 1901, as quais constituem
os Nucleos Boa Vista e Serro Azul (Santo Cristo e Cerro Largo grifo meu),
situados no município de Santo Angelo e S. Luiz Gonzaga, com uma área de 83.176
hectares, 18 ares e 0,4m2;
Que a sociedade iniciou com grandes
sacrifícios pecuniários a colonização destas terras, nas quaes já estão
estabelecidas 31 familias de agricultores brasileiros, tendo, outrosim,
executado vários trabalhos, como medições, demarcações da sede e dos lotes
coloniaes, abertura de estradas e caminhos vicinaes, construção de casa para
alojamento de immigrantes, além de outras bemfeitorias;
Que, no intuito de evitar maiores
prejuízos para o Estado, e para a sociedade, propõe-se o peticionário a
comprar, em seu nome individual, pelo preço de 6.020 rs. por hectare, a área
ainda não cultivada e contida nos mencionados núcleos Boa Vista e Serro Azul,
deduzindo-se, porém, daquele preço a quantia de 2.020 rs. por hectare, por já
haver sido paga pela sociedade, obrigando-se somente o peticionário a pagar o
preço restante de 4$000 em prestações trimestraes, a proporção que as terras
forem colonisadas;
Que a administração e colonisação
das terras ficará a cargo da associação denominada Confederação de lavradores
rio-grandenses (Rio-Grandenser Bauerwerein) que, pelos seus fins e excellente
organisação como pelos recursos que dispõe, esta em circumstancias de concorrer
efficazmente para o desenvolvimento material daquela importante zona;
Isto
Posto:
Considerando que, por decreto n.
104, de 26 de julho de 1897 e na forma do contrato de 30 mesmo mez, concedeu-se
a Henrique Schuler, privilegio para construção, uso e goso, durante 30 annos,
de uma estrada de ferro de Tupaceretan a S. Luiz, com ramaes para Itaquy e
Nonohay e outro de Nonohay a Caxias passando por Alfredo Chaves, sem garantias
de juros ou outro favor especial, a não ser a transferência das terras
devolutas existentes na zona privilegiada, ao preço reduzido de 2.020 rs. por
hectare, tendo este privilegio transferido á sociedade Dr. Mayer & C., mais
tarde denominada Estrada de Ferro Noroeste Rio Grande, a quem permittiu-se
colonisar desde logo a facha de terras devolutas que fosse discriminada,
conforme contrato additivo 24 de maio de 1899, antes de começar os trabalhos
referentes a construcção da via-ferrea;
Considerando ante a impossibilidade
de evitar a liquidação da sociedade “Estrada de ferro Noroeste Rio-Grande” e a
consequente rescisão de contractos de 30 de julho de 1897 e 24 de maio de 1899,
o que convém actualmente é attenuar os seus effeitos desastrosos ao menos na
parte relativa á colonisação das terras supra-mencionadas;
Considerando que, sob o ponto de
vista, a proposta, ora exhibida, satisfaz as exigências do bem publico, quer
quanto á forma de elementos de colonisação, que simultaneamente asseguram o
rápido povoamento do solo e a boa organisação do trabalho agrícola, quer quanto
á entrada ao erário publico, em praso limitado, da importância de 333.000$000,
valor total da venda.
Considerando que, dest’arte
liberta-se o Estado dos ônus que lhe adviriam da administração directa dos
citados núcleos, sem prejuízo, todavia, da fiscalização superior que lhe
reserva em relação ao serviço a cargo do adquirente ou da sociedade que
representar;
Resolvo declarar caduca a concessão
feita pelo decreto n. 104 de 26 de julho de 1897 e insubsistentes os contratos
de 30 de julho de 1897 e 24 de maio de 1899, outorgando ao peticionário a
concessão que solicita, mediante contracto em que se hão de estipular as
condições geraes de direito, além dos
que concernem á forma de pagamento e as obrigações que deverá assumir a
sociedade “Confederação de lavradores Rio-Grandenses” na qualidade de
cessionários e administradora dos referidos núcleos Boa Vista e Serro Azul.
No
Jornal do Dia, publicado em Porto alegre, no dia 08 de abril de 1956, na página
10, o Pe. Godofredo Schmieder S.J., com o título a Avó das Associações Rurais,
preparação da Colonia Serro Azul, de uma maneira muito singular expõe a
história desta colonia.
Retrata
o referido padre, que foi adquirido uma enorme quantidade de terras por um
comerciante, bem como a concessão para construção de uma estrada de ferro,
cujas promessas ficaram somente nas notícias e papeis, ficando só como projeto,
como o nome Via Férrea Noroeste, e segundo este esta empresa sairia de
Tupanciretã da estrada já existente da estrada de Santa Maria a Cruz Alta,
cruzaria segundo ele as pouco férteis e prematuras terras de São Luiz, onde atravessaria a
linha Uruguaiana – São Borja. O projeto grandioso tinha um prêmio pelo
empreendimento de 5 km demarcado pelo governo de 5 km de terras de cada lado da
ferrovia, com o pagamento de cinco mil reis por hectare, preço este simbólico.
Escreve o Padre, que se tratava de
um aventureiro, que como em muitas colônias novas arquitetava planos similares,
e nada entendia de estradas de ferro. A linha atravessaria somente campos, sem
possibilidade de lucros, o que segundo ele queria vender a concessão, com
lucro duplicado, a outro aventureiro, e conseguiu.
Uma empresa inglesa, Rotschild
resolver aplicar os milhões recebidos de indenização do Governo imperial
brasileiro na linha Noroeste. Era urgente aplicar o dinheiro, o diretor da
colonia recebia 30.000 marcos anuais, a extensão de Tupanciretã a Nonoai foi em
poucos meses, delimitada e medida por engenheiros alemães. A região era escassa
de rendimentos, adquiriram os dois primeiros distritos, de mata virgem, ao
longo da estrada, ao preço de dois milhões por hectare. Acontece que conseguiu
vender até 1902, somente 12,5 hectares, devido as péssimas condições de
transporte. A maioria era de imigrantes europeus recém chegados e incapazes de
se ajeitar em meio a mata virgem. Em 1903 já havia 31 famílias. O Deutsches
Volksbiatt, noticiou que se não houvesse mais ingresso de colonos, todos teriam
que voltar, era tudo ou nada, era largar a colonização ou iniciar uma
grande.
A linha Férrea Noroeste, dissolveu-se
em 1903, com eminente e possível volta das terras para o Estado, o Diretor Dr.
Horts Hoffmann conseguiu como vimos acima uma nova concessão. A salvação de
Hoffmann foi a criação da União dos Agricultores Riograndenses em 1900,
e na segunda assembleia geral o fundador da associação Pe. Amstad S. J. foi
delineado pelo mesmo um projeto de colonização no norte e noroeste do Rio
Grande do Sul, tendo pedido ao Dr. Hoffmann que inserisse no mapa indicações de
colonização de sua companhia, isto era típico do padre, pedir auxílio no lugar
certo.
Hoffmann compareceu a reunião
acompanhado de Kulmey, agrimensor, onde expos seus planos. A União enviou uma
comissão examinadora, para o reino de Hoffmann. Além do chefe, Pe. von Lassberg S.J. partiram
ainda, os Sr. J. Franz, K. Kern, J. , M. Finkler, A. John, P. Care, J. Konrad
e, J. Chassot, e no dia 10 deslocaram-se a Serro Azul, atual Cerro Largo, tendo
o marco inicial uma cruz de pedra, onde foi celebrada a primeira missa pelo Pe.
von Lassberg.
Relata outro fato importante que
aconteceu de 13 a 15 de março de 1903, que foi uma reunião, realizada em São
Miguel de Dois Irmãos, Assembleia Geral de Católicos do Rio Grande do Sul, onde
os delegados da União dos Agricultores aproveitaram a ocasião onde o Pe.
Lassberg, abordou o tema: para onde emigrar, indicando a região de São Luiz
como favoráveis, por ser extremamente fértil, não havia carestia de água e era
banhado pelos rios Ijui e Uruguai. Falou na mesma ocasião ser favorável a
colonização de Hoffmann e que havia possibilidade de aquisição de terras do
governo. Nesta Assembleia, entre outras, por sugestão de Hugo Metzler, diversas
resoluções, a respeito da colonização: a) ... que todo aquele que tiver terra
suficiente não emigre; b) ... para aqueles que a emigração era necessária, que
era uma necessidade de manterem-se unidos; c) ... que o ponto mais indicado se
aponta a região das Missões.
Longas foram as negociações com
Hoffmann, mediadas pelo Padre juntamente com Jorge Frantz, e o presidente da
Associação, Guilherme Hansel, chegando-se a um pré-contrato, após a concessão
pelo governo das terras de Serro Azul e Boa Vista para Hoffmann.[2]
Pe. Lassberg já havia estado na
colonia Serro Azul, antes de assumir a colonização, em 04 de outubro de 1902,
juntamente com Mathias Munchen, Carl Dhamer, João Ten Katen, Mathias Bard, Paul
Johann Hoffmann, Pedro Martini, Jacob Muller, Pedro Ludwig e Miguel Schneider.
Em 15/04/1956[3], o Pe. Godofredo segue
contando a história, na sua narrativa descreve que no dia 24/09/1903, foi
assinado o contrato de compra das colônias, pelo plenipotenciário e diretor da
mesma Sr. Teobaldo Friederichs, da parte
da União dos Agricultores, ao custo de 8.500 mil reis por hectare, em Serro
Azul e, 7.500 da colonia Boa Vista, ficando o lote rural de 25 há ao custo de
212.500 mil reis, somados a isto ainda havia o pagamento da medição, ficando em
300.000 mil reis uma colonia de terras. A União os vendia por 450.000 mil reis,
quando o pagamento a vista e a 500.000 quando parcelado.
Os 150.000 mil reis que sobravam,
mal dava para custear as despesas administrativas da União de Agricultores,
incluindo estradas, igrejas de ambos os credos, escolas, correios, entre
outros. Os preços praticados não poderiam ser reajustados, conforme contrato
com o Governo.
Os primeiros colonos entraram na
região praticamente sem recursos financeiros, e o pouco que tinham foi gasto
nos meses de espera pela conclusão do contrato. Desde o inicio a União de
Agricultores teve que juntar grandes somas que somente mais tarde retornariam.
Diversos pioneiros sequer tinham condições de pagar a entrada em sinal de
negocio, de 200.000 mil reis, pagando em serviço na abertura de estradas.
Estas condições financeiras fizeram
que o administrador Sr. Jorge Frantz, de Santa Cruz do Sul, recebesse um baixo
salário, de 100.000 mil reis mensais e 5% do valor da venda das terras.
O entusiasmo mesmo assim era grande,
cresceu Serro Azul, e já em outubro, com outros mais colonizadores, levando
pequenas farmácias, parteira elementos indispensáveis até mesmo nas colônias
mais antigas.
Matias Finkler, publicou relatório
em 1904, no “Amigo dos Agricultores”, a invulgar temeridade, das
dificuldades enfrentadas pelos colonos: “no dia 4 de julho de1904, parti em
companhia de mais seis moços dispostos da velha colonia de Dois Irmãos, para
seguir viagem as novas colonizações de Serro Azul, porque cada um dos
expedicionários tomara firme resolução de comprar terras, iniciar a derrubada e
construir casa, munidas de todos os apetrechos e utensílios necessários para a
tamanha empresa. Havia prevenindo aos meus companheiros que não existia o menor
perigo da parte de bugres, tigres e outros inconvenientes que costumam opor-se
aos colonizadores de terras novas. Levavam, contudo, armas e munições para
qualquer eventualidade.
Na viagem fomos detidos por quatro
dias, chegando a Serro Azul, no dia 17 de junho. Penetramos no mato para
escolher terrenos do agrado de cada um. Depois de cinco dias de inspeção
havíamos encontrado o mato que mais apto nos parecia para a colonização.
Distava 11 quilômetros da vila. Porque a distancia era demasiada até a casa
construída para os primeiros imigrantes, carregamo-nos de ferramentas, viveres,
ponchos e outros utensílios indispensáveis e encaminhamo-nos mata a dentro...
para começar sem demora o trabalho nas colônias escolhidas dias antes.
No trabalho árduo de derrubadas
esqueceram meus moços por completo dos tigres e os bugres e as armas quase
enferrujaram por falta de uso. Passamos desta forma 8 semanas na mata virgem.
As primeiras noites dormimos sob o céu estrelado sem que bugre ou tigres nos
incomodassem. Os bugres de tigres das matas de Serro Azul são, portanto, uma
quimera, com a qual se pretende amedrontar espíritos tímidos.
Em agosto retornei a minha terra
natal, levado pela consoladora certeza de haver contribuído para uma existência
segura e feliz, de um bom numero de jovens audaciosos. Todos estão animados da
melhor boa disposição e sentem-se realmente felizardos em possuírem terras em
região tão fértil e aprazível. O solo que parece de fertilidade invulgar
garante um porvir seguro e sem grandes preocupações”.
Outro jornal “Deutsblatt
Volksblatt” esclarecia aos jovens desejosos de emigrar sobre as vantagens e
desvantagens da nova colonização em uma série de artigos nos dias 16, 17 e 18
do mês de setembro, de autoria de Löw, sobre “A Colonização do Território
das Missões” pela União dos Agricultores Riograndenses, e esclarece que o
nome Missões refere-se a importância histórica das novas colônias e ainda
hoje encontram-se ali as Ruinas de São Miguel, “Rainha” das Reduções, fundada
pelos missionários jesuítas. Esclarece que esta União interconfessional
fundada e dirigida por pioneiros da Companhia de Jesus, fez com que surgisse
uma nova era sobre os destroços dos aldeamentos indígenas de outros tempos.
Em territórios entre os Rios Ijuí e
Comandai os afluentes do primeiro correm do norte para o Sul, e do segundo de
sul para norte, o que facilitou a mensuração e repartição das colônias, sendo
que na distância de cada 2 quilômetros traçavam-se ao longo dos cursos de aguas
picadas de norte para o sul, assim da vila para oeste mediram-se 12 picadas e
para leste ficaram as picadas de Rosario e Tremônia. A abundância de águas logo
mostrou-se menos suficiente que o esperado. A Distância entre os rios fica em
torno de 20 e 25 quilômetros, tendo os arroios cursos reduzidos e em secas mais
prolongadas chegavam quase a secar, os poços cavados tiveram sempre água
suficiente e o solo especialmente fértil. As temperaturas superiores são
frequentemente maiores que do leste do Estado.
A União de Agricultores, para facilitar
a vinda de novos colonos instituiu um serviço especial de viagens, em Cruz
Alta, no final da linha férrea, o Sr. Krebs que hospedava os imigrantes em seu
barracão de madeira, as bagagens a ele eram endereçadas, e no final este se
encarregava de mandar a Serro Azul.
No limite de Cruz Alta e Júlio de
Castilhos, estava o que denominavam de Vila Rica, e duas horas depois da saída
oferecia-se água de fonte em lugar fresco e aprazível a fazerem sua refeição.
Relata que nas comemorações do 25
aniversario, em publicação de Porto Alegre, que durante os dias daquelas
viagens era comum cruzarem nada menos que setenta a oitenta carros de bois com
carga pesada, isto nos primeiros tempos, diminuindo quando as estradas de ferro
chegaram mais próximas.
Pernoitavam em São João Mirim,
local das antigas reduções de São João Batista, ou em Cruz Alta. Era comum na
primeira adquirirem suprimentos e ferramentas para o resto da viagem. A casa de
negócios era do Sr. Kuel, que mais tarde foi Intendente de Santo Ângelo. Neste
local dividia-se o caminho, um para as reduções e o outro para o rio Ijui e
finalmente Santo Ângelo.
As margens esquerda do Ijuí
ergueu-se um pequeno outeiro[4], o Serro Azul, que tinha
uma vista geral de toda a colonia. No passo do Encantado atravessavam os
viajantes o Ijuí, que mede uns cem metros, e em meia hora de caminhada estavam
na vila, o centro histórico da colonização.
Pe. Teodor Amstad S. J. relata na
Assembleia Geral das União dos Agricultores, realizada de 17 a 19 de abril de
1904, relatório satisfatório, sem precisar lamentar como costuma ser com outras
associações.
Ótima também foi a solução para a
questão religiosa, protestantes e católicos trabalhavam juntos, da melhor
maneira que se podia imaginar. Estabeleciam suas fundações em separado, viviam
cada qual para si, e no esforço coletivo eram parceiros. O padre Max e o pastor
luterano Dedekind, relataram suas andanças pela colonia e regozijaram com a paz
e harmonia que viviam, não apesar, mas sim por causa da separação das
fundações. Comum foi a queixa do alto custo de transportes e viagens, para
colocação dos produtos por eles produzidos, somados a isto a epidemia de tifo,
que rondou todo o ano de 1904 a central de imigração, acalmando em 1905.
Um novo inimigo apareceu em
outubro, uma onda de gafanhotos, vindas da Argentina e fixando-se sobre a
colonia. Assim que avistavam a novem destes era dado o alarme, e com fumaça e
gritos todos se uniam para combatê-los. Relata ainda que a praga se agravou por
desleixo dos “intrusos”, nacionais sem título de posse, que não eram colonos, e
já nos tempos de função de Serro Azul aviam se fixado nas periferias das
colônias, sem, contudo, comprarem as terras que usavam, não participavam do
combate aos insetos. Esforços contínuos foram necessários para aniquilar os
insetos, e frequentemente plantações inteiras eram aniquiladas. Nos anos
seguintes ouve ainda alguns focos, no entanto sem muitos problemas, “a gente
já havia aprendido lidar com eles”.
Em outras Assembleias, de 1905,
foram relatadas, organização de rios, de uma biblioteca, aquisição de boa
semente de tabaco que segundo eles poderia ser uma boa fonte de recursos e
exportado inclusive para a Argentina.
Jorge Franz, chefe da colonia, na
quinta reunião da União dos agricultores, de 23 a 25 de março de 1905,
apresentou relatórios, em que a situação eram relativamente boas, no entanto
queixoso estava, sobre a separação confessional, em que estava se tornando pesada,
pois, em cada número novo de evangélicos, não se podia abrir novas picadas, que
dado ao seu número reduzido, ficariam excessivamente isolados.
Em Bom Principio reuniram-se para a
sexta Assembleia de 5 a 7 maio de 1905, dos católicos alemães do Rio Grande do
Sul, tratado nela pelo padre Max von Lassberg, sobre Serro Azul, a “Conservação
das colônias velhas e organização das novas”, conferencia esta relatada no Deutsches
Volksblatt, na edição de 10 de maio.
A febre de emigrar havia atingido a
muitos nas colônias velhas e ainda hoje atingem muitos agricultores, que fariam
melhor se permanecessem em suas casas, relata. Reforçando padre Max, que
somente aqueles que tivessem certeza que suas terras não fossem produtivas,
e/ou que tivessem terras, deveriam emigrar, todos os outros deveriam abandonar
esta ideia de espirito aventureiro e garimpeiro.
Quanto a queixa de que as terras
estavam “cansadas” Lassberg opinava, de que “as colônias se arruinavam e por
que alguém as arruinara”, e acrescentava que na Europa e na Asia as mesmas
terras “sempre novas”, sustenta seus habitantes a milênios. Incentivou
também, além das pequenas propriedades rurais, a criação de novas pequenas
industrias rurais para possibilitar adicionar lucros, temperando assim a ânsia
emigratória.
Foram silenciados os boatos das
terras inférteis, bem como da onda de gafanhotos, clima, transportes, notícias
estas exageradas desfavoráveis a terra. Forte eram as falas de um orador,
considerada atrevida, nesta assembleia, “quem vai a Serro Azul se desgraça e
se arruína”, tanto que designaram o experiente agricultor Lüdkemeier de
Estrela fizesse as averiguações, tendo este levado dois anos para apresentar o
relatório concluindo “A maioria dentre voz comprará terras e ficará contente
com a compra”. Outros técnicos representantes de autoridades civis e
eclesiásticas fizeram suas ponderações favoráveis. Raro foi que em outras
colônias haja tido tantas visitas oficias que a de Serro Azul, conforme os
registros apresentados relata o Padre Godofredo.
Horst Hoffmann, anunciou sua visita
a Serro Azul, para abril, como intermediário entre governo e a União de
Agricultores, tendo esta preparado uma recepção grandiosa pra a ilustre visita,
colocando um vigia na estrada em meio a mata, para recepção da comitiva. Tendo
a sentinela permanecido por longas horas a espreita. Finalmente apareceram dois
cavaleiros, tendo o vigia a estes perguntado se sabiam quando viria o Dr.
Hoffmann? Sim foi a resposta, vira logo, foi a resposta evasiva. Então devo
esperar ainda, diz o vigia resignado pelo seu destino, sentando-se novamente a
sombra da mata virgem, a espera deste. Os dois cavaleiros chegaram a Serro
Azul, sendo um Dr. Horst, pouparam-se as pompas e os versos dos escolares,
compensando a noite o ilustre visitante um barril de chope, que o vigia em
tempo também pode aproveitar pois, avisado foi por um estafeta pode participar
da festa.
Passado a crise com os gafanhotos,
segue relatando o Pe. Godofredo, no Jornal do Dia[5], e em nova assembleia
geral da União dos Agricultores Riograndenses, em Taquara do Mundo Novo, de 07
de abril a 04 de maio de 1909, apresentando-se o relatório mais otimista, pelo
Sr. Kün, surgiu, no entanto, um novo empecilho desta vez burocráticas de
funcionários públicos. Ao que se entende foram vendidos o mesmo lote a mais de
um colono, negando-se o estado a fazer o ressarcimento, e colocando os
agricultores em outras regiões, diferentes da de Serro Azul, como Soledade e
Passo Fundo.
Após várias negociações com o
governo, conseguiram “certidões”, que podiam ser trocadas por outros lotes e
escolher lotes em Serro Azul, ou cobras da União dos Agricultores a quantia
equivalente. Um novo governo estabeleceu-se e recusou a receber Horst Hoffmann,
bem como as certidões como pagamento. Somente em maio de 1908 restabeleceu-se a
aceitação das certidões, após negociações feitas pelo fiador Dr. Luiz Englert,
com o governo.
Sobressaltos novamente quando o
Jornal “A Federação” intimou Horts Hoffmann pagar 40 mil contos de reis, ou
então perder a concessão. Culmey, partiu de Serro Azul para a capital, e antes
de expirar o prazo, revidou dizendo que devia somente duas prestações
trimestrais, que não ultrapassavam a 21 contos, mas não havia recibos escritos,
tendo o processo arrastado por nos, tendo sido necessário revisar os
assentamentos de Serro Azul e Santa Cruz, originando com isso incertezas,
boatos e agitações dentro e fora das regiões das colônias.
A diretoria central tentou acalmar
os ânimos, dizendo que nada havia a temer por seus direitos a propriedade, tudo
isso, por algum equívoco nas contas dum funcionário desconhecido, no entanto no
período em que correu o processo não se podia dar nada em garantia. Desta forma
a União perdeu a confiança de muitos agricultores que ignoravam as reais
circunstancias. Ainda havia o fato de que o primeiro diretor da colonia, Sr.
Jorge Franz, havia saído em 1905, sendo substituído pelo Sr. Helmut Smidt
também de Santa Cruz, ficando até 1914, adquirindo a confiança dos habitantes,
na pratica da medicina não se comparava com Franz, mas seus conhecimentos como
negociante fez florescer o comercio e a indústria.
Compensou a exportação de tabaco e
banha, por Tupanciretã, tendo em vista o custo do frete por arroba, que ficava
em $400 reis a 1$000 reis. A produção dos primeiros colonizadores pôde ser
vendida aos recém chegados bem como as guarnições militares de Santo Ângelo e
São Luiz Gonzaga e São Nicolau.
A União de agricultores por sua vez
contribuiu para abertura de caminhos e melhorias nas vias de transporte, ao que
se relata em 1912 contribuiu com 30 contos em trabalho nas estradas,
tornando-as carroçável, sendo em alguns momentos melhor que em outras regiões,
sendo que as picadas uniam-se as estradas principais ligando Serro Azul a
Guarany, Santo Ângelo e Serro Pellado, ficando melhor quando a via férrea
chegou a Ijui, em 1911, depois até Rio Branco e Santo Ângelo em 1922, caminhões
e ônibus por sua vez iniciaram suas trajetórias nos transportes de passageiros
e cargas, marcando o desenvolvimento marcando antes da criação da Caixa de
deposito e credito que foi em 1913, pela União dos Agricultores.
A religiosidade foi marcante desde
os primórdios. Algumas famílias organizaram o culto divino e as escolas
católicas, sendo a primeira devoção popular em 08 de agosto de 1903, segundo o
relato. Nas anotações constam uma coleta de 600 reis, e após a devoção foi
organizada uma comissão escolar, sendo eleito como diretor o professor Peter
Dewes, integralmente pela União de Agricultores, depois, somente uma parte. As
aulas, devoção e a Santa Missa eram realizadas na central de imigração. Os
católicos criaram os estatutos em 01 de novembro de 1904, bem como a comissão
para construção da igreja.
A construção da primeira capela, no
velho ponto central, descreve, durou desde o princípio de janeiro de 1905 até
janeiro de 1907, tendo como primeiro pároco residente o Padre Sponlein, chegado
logo que terminou a construção do prédio, morando por anos em casa particular,
até que pudesse, com as sobras da construção da capela, construir uma pequena
casa canônica.
Nos 25 anos da União dos
Agricultores, muitos viram a pequena capelinha e sacudiam a cabeça com
desprezo, mas quem colaborou com a construção sabe dos tempos de carestia e
o sacrifício para iniciar e fazer a capela, quase tudo feito no braço, não
havia serraria no local, todo madeiramento foi preparado a mão, muita gente
tinha para pobres choupanas, e em muitas casas mal havia pão e mantimentos,
somados a isto ainda, a construção de escolas nas picadas e as estradas feitas
com pesado trabalho manual. Assim os sacrifícios para construção da pobre
capelinha foram bem maiores que o da construção da Igreja Matriz.
A capela se tornou pequena demais. A
chegada de novos colonos era constante, o sino adquirido em 1906, por
contribuições espontâneas já calculado com o crescimento para colocar no novo
campanário. Em comum acordo com os padres Palotinos desenvolveram o projeto de
construção com a União dos Agricultores, uma igreja mais espaçosa. Em 16 de
março de 1911, o Padre Wimmer fez a primeira coleta para a construção, que rendeu
5.119$000 reis. Os planos logo foram pautados por dificuldades, foi preciso um
gasto extraordinário de dinheiro e materiais, para lançar os alicerces em
grande profundidade no solo dado o perigo que as formigas minassem, os
mesmos. O fundamento das duas torres atingiu 5 metros de profundidade. As
pedras grês para os alicerces estavam a mais de duas horas de distância.
Cimento, cal e areia vinham pela estrada de ferro até Rio Branco, e daí
transportadas de carretas até Serro Azul em viagem de 2 a 3 dias, resultando o
frete mais caro que o próprio material. Os tijolos podiam ser preparados no local,
mas foi necessário primeiro aprender a arte, perdendo-se muito tempo nas
primeiras experiencias mal sucedidas.
O tirolês Gfaller, construtor de
igrejas, elaborou o projeto da planta da Igreja Matriz. Deveria ter 45 metros
de comprimento, por 21 de largura e 26 de altura, precisando muitas vezes o
próprio arquiteto por mãos a obra, pois, os pedreiros muitas vezes não
conseguiam entender e seguir fielmente a execução da planta.
Em 01 de novembro de 1913, os
alicerces estavam prontos, relata, que até a ultima pedra da pedreira foi
arrancada, em 21 de janeiro de 1921 foi benzida a nova igreja, vindo mais
tarde novo carrilhão com quatro sinos, e um grande altar mor.
Em 1928, olhando o passado diz: “as
esguias torres de 48 metros, o formoso portal, as três naves com altas arcadas,
o bom gosto no acabamento, o novo altar ricamente decorado, fazem desta matriz,
recentemente concluída, na diocese de Uruguaiana, a perola das igrejas do
bispado e um digno ressurgimento da arquitetura religiosa das antigas Missões”.
Aos padres Palotinos, de 1907 a
1921, esteve a direção na cura das almas, a 4 padres seculares de 1921 a 1923,
e daí até 1956, os padres jesuítas que fundaram a União dos Agricultores, e por
patrocínios dessa fundaram um Seminário Menor, para as vocações de Uruguaiana,
descreve padre Godofredo. A partir de 1956, o clero secular de Uruguaiana
assumiu a direção da Paroquia.
Muitas capelas foram erguidas nas
picadas, orientados pelos padres, sendo cinco nos primeiros 25 anos:
Linha Santo Antônio a terceira
picada ou linha partindo da cidade colonizada em 1904, pelas famílias, Adams,
Wenzel, Finkler, Kunrath, Schardong, Stein e Stracke, fizeram uma comissão em
12 de novembro de 1905 para construção de uma capela-escola, composta por 35
membros. Em junho de 1906 a capela-escola estava construída, sendo a primeira
de Serro Azul, sendo que em 1909 e 1910, ampliou-se o prédio com uma moradia
pro professor. Em 1912 foi adquirido um sino, e dois anos depois uma casa de
pedra para o professor. Em 1925 foi necessário ampliar o prédio. O fundador da
comissão Sr. Anton Wenzel, teve grandes méritos nas conquistas, tanto na escola
como para a linha que ficou com o nome Santo Antônio, com referência ao
celeste padroeiro, bem como um recordatório ao fundador;
Linha São José, ao lado da Santo Antônio,
em 1927 teve sua escola própria;
Linha São Salvador, em 1915, tinha
somente uma plantação bem carpida, em meio a mata virgem, com uma pobre
choupana. Foram dois os fundadores: José Aloys Franzen e Nicolau Wedel, haviam
se aventurado desde São Salvador do Cai, àquelas matas. Esclarece padre
Godofredo que voltaram uma vez a terra natal, assim que tudo estava organizado
e plantado, para buscar as donas de casa “não é bom que o homem esteja só”.
Constituíram famílias e progrediram notavelmente. José Aloys Franzen foi
nomeado mais tarde pela União de Agricultores para diretor da colonia de Porto
Novo, usando suas experiencias da fundação da Linha São Salvador. Destaca que
era uma das linhas mais prosperas a Oeste da colonia Serro Azul, com uma capela
de 28 metros de comprimento, 13 de largura, e 15 metros de altura, tendo
custado 50 contos em material e mão de obra. No centenário da imigração alemã,
foi lançado a pedra fundamental de uma escola e em 1926 de outra, da escola de
aperfeiçoamento.
A Linha Tremonia a leste foi a de
maior destaque, onde deveria ser o ponto central da colonização protestante na
colonia Serro Azul, sendo estes em menor numero, fazendo com que la se fixassem
católicos vindos principalmente de Cai: Birk, Chassot, Fröhlich e Adams. Em
1910 foi erguida uma escola e depois uma capela-escola e a casa do professor.
A Linha Caçador, a 4 quilômetros da
cidade, foi colonizada mais contemporaneamente, pelas famílias Antes, Dill,
Ludwig, Hertz e Simch. A escola no inicio foi na casa de Anton Simch (Cimch), e
o prédio da escola foi em 1911 e um pouco mais tarde a casa para o professor.
A Linha Santa Fé, iniciou-se em
1907, pelas famílias Bieger, Agnes e Bremm e a escola em 1910, substituída em
1922 por outra de alvenaria.
A região da colonia Guarany, na
Linha Olga, mais conhecida como São Francisco, por causa da escola-capela
construída em 1912. Em 1926 iniciou-se outra maior, dedicada ao mesmo santo,
com 33 metros de comprimento, e 13 de largura. Os fundadores desta picada em
1909, foram as famílias Klein, Welter, Bergmann e Hannauer, vindas de São
Salvador do Cai.
A Linha Santa Catarina, uma das
maiores, iniciou-se em 1904, pelas familias Dewes, Bogorny e Caspary. A escola
funcionou na casa de Peter Dewes, e em 1912, nesta, foi celebrada a primeira
missa pelo Pe. Fücht-Johann, e em 1912 foi erigida uma escola-capela e depois a
habitação do professor.
Em 1910, ao norte de Serro Azul nas
picadas Dona Ottilia e Dona Helena, colonizada em 1910, pelos católicos, que
organizaram a comunidade São Paulo, pelos colonizadores Werle, Schwarner e
Matte, levantando-se a primeira escola-capela em 1913, e a casa do professor
concluída em 1925. Já de 1926 a 1928 foi erigido imponente capela, descreve o
Pe. Godofredo.
Na Linha Boa Esperança com seu
desenvolvimento chegou a ser o segundo centro da colonia, fundada pelas
familias Back, Arenhart e Lauscher, vindas em 1910 (zero apagado), sendo que em
agosto deste ano o Pe. Koenig rezou a primeira missa na central de Imigração,
em 1913 foi feita a primeira escola-capela, ampliada em 1926.
A picada dupla de Burity,
constituída pelas linhas Butiá e Gertrudes, teve a primeira escola em Butiá do
meio no ano de 1909, fundada pelas famílias Scherer, Hartmann, Werener e
Bourscheit. Em 1910, foi construída uma escola-capela, desfeita em 1914, sendo
dai na Butiá inferior feita outra comissão de escola-capela, sendo esta
espaçosa e com casa para o professor, anexo a uma meia colonia de terras. Já a
Butiá Superior foram os primeiros moradores e fundadores, as familias Thomas,
Griebeler, Weyh e Eberhart, sendo que em 1917 foi organizado uma escola-capela,
e a partir de 1926 uma grande capela, com 35 metros de comprimento, 14 de
largura e uma torre de 35 metros de altura.
A Linha Caraguatá, fundada em 1907
pelas famílias Hillescheim, Wehner, Maletz e Wendeling, sendo construída uma
escola-capela em 1926.
Relata ainda que aos poucos foram
sendo constituídas comunidades e escolas nas Linhas Atolosa, Ipe, Quinota e
outras picadas.
Os colonos protestantes pertencem a
duas denominações distintas, sendo a maioria filiados ao Sínodo Evangélico
Riograndense, unido em 1950 em confederação nacional com outros sínodos do
Brasil. Os demais pertencem a igrejas menores ou do Sínodo Luterano de
Missouri. Estes protestantes, em 1909 localizaram-se a leste principalmente nas
picadas de Dona Ottilia e Dona Helena, e parte da limítrofe colonia Municipal
de São Luiz. Os do Sínodo riograndense fundaram a Igreja na comunidade Emanuel,
já os Missouri em 1915 a primeira capela e casa para o professor e em 1916 a
casa do pastor, tendo um pastor residente na colonia.[6]
Seguem outras publicações
enaltecendo Serro Azul, hoje cidade de Cerro Largo, relatando os difíceis
momentos na sua criação e regozijando-se com os feitos históricos e pelo
trabalho de seus precursores, como no discurso do General Pinheiro Machado em
São Luiz, “só os alemães sabem colonizar, só os alemães conseguem cultivar
florestas, provaram-nos em outros lugares, sim, mas também na colonia Serro
Azul, que floresce explendidamente. Viva a nação alemã, e viva a Colonia de
Serro Azul.”.
No diário de Noticias do Rio de
Janeiro, noticiou no dia 29/11/1892, “foi approvado proposta da inspectoria
geral de terras e colonização da mudança de nome da colonia de Lucena no Alto
Uruguay para o de colonia Guarany, visto existir outra de egual nome no norte
da Republica.[7]
Na Gazeta de Notícias, de 21/09/1894, foi noticiado
que foi nomeado fiscal das medições do Banco Iniciador de Melhoramentos, na
colonia Guarany, Estado do rio Grande do Sul, o agrimensor Cherubin Tabeliano
da Costa. [8]O mesmo jornal em
24/12/1899, noticia a autorização para criação de uma agencia postal na colonia
Guarany.
No relatório apresentado ao vice presidente do
Brasil, no 5º ano da Republica, no ano de 1893, Commissão na Colonia
Guarany, nomeados: Chefe Agrimensor Ernesto Musell Filho, portaria 31/10/1892;
Ajudante, Acursio Correa de Sá, portaria 28/10/1892; Agrimensor João Baptista
Turim, portaria 19/02/1891; Auxiliar Técnico, Hjalmar Tufvesson19/02/1891;
Escripturario, Manoel Gonçalves Roseira, 15/02/1892; Pharmaceutico, Adolph
Ambros, portaria 03/02/1892[9].
No relatório de maio de 1894, temos: Agrimensor Ernesto Musell Filho,
Escripturario Braulio de Oliveira; Pharmaceutico Adolpho Ambros, medico vago[10]
Em
01/05/1912, foi noticiado a abertura da agencia do correio, em S. Luiz, em
Serro Azul[11]
Em
10/07/1912, O comissionado do Ministério da agricultura para fiscalização de
estabelecimentos agrícolas nos Estados do sul da republica, Dr. Rodrigo
Peixoto, fez palestra sobre pragas agrícolas em Serro Azul, e foi criado neste
dia uma cooperativa para extinção de formigas[12]
Em
16/09/2012, inaugurado a estação telefônica em Serro Azul, por Clarimundo de
Almeida Santos, conforme telegrama enviado de Commandahy, pelo mesmo, saudando
e agradecendo ao governo do estado.[13] Em 10/11/1916, foi
noticiado que estava sendo instalado telefone de S. Luiz a Colonia Serro Azul[14].
Em
04/10/1912, o presidente do sindicato agrícola de Serro Azul, agradeceu ao
inspetor agrícola, José Batista, a remessa de várias sementes sendo que aquele
sindicato plantou 220 ha de trigo, e os colonos igual quantidade.[15]
Em
relatório das Obras Públicas, publicano no jornal a Federação (19/10/1912)[16], consta que eram duas as
colônias em andamento, a de Guarany e Erechim, na primeira com dois inspetores
florestais, sendo dirigida pelo chefe Clarimundo de Almeida Santos, onde foram
medidos 1683 lotes que somados aos 4203 existentes, totalizavam 5.586, e destes
1.126 foram por contrato 557 pelas turmas da comissão, achando-se naquela época
ocupados 5.129, e devolutos 757, e a área medida de 19.160ha. A população
estimada de 18.300 habitantes excluindo-se os da colonia Municipal de Serro
Azul.
Segue
o relatório informando que no período ingressaram na colonia 2.910 imigrantes,
dos quais 2.447, pelo povoamento do solo, 157 pelo estado e 306 espontâneos,
sendo estes últimos na maioria vindos das antigas colônias alemãs.
Informa
ainda que os recém chegados, recebiam casas, ferramentas, sementes e
trabalhavam nos caminhos vicinais, tendo a comissão o cuidado com estes e suas
bagagens.
As
estradas eram bem cuidadas desde Ijuhy e fronteira, passando por São Luiz e
Serro Azul entre outros. 200 km de estradas a direita do rio Commandahy,
ligando as secções, em boas condições de trafegabilidade ligando o Uruguay com
insignificantes aclives.
A
produção apesar das chuvas e cheias dos rios reduziu em um terço a colheita do
trigo, feijão, centeio, mesmo assim comiserada grande a produção da colonia, de
3.700 contos de reis e a importação de 700 contos.
Possuía10
aulas e servida por telegrafo e uma linha telefônica.
Em
10/12/1912, publicano no Rio a notícia a nível federal que em emenda ao
orçamento, proposta pelo deputado Octavio Rocha, o governo autorizou entre
outras o prolongamento da estrada de ferro de S. Luiz a Serro Azul[17], em concessão por
concorrência publica por 90 anos, com reversão para a União, sendo o Ministro
de viação José Barboza Gonçalves satisfeito com a aprovação, e em 02/01/1913,
noticiou no Rio de Janeiro, no Orçamento da Viação, que o Rio Grande do Sul,
ficou contemplado no referido orçamento a referida construção da estrada de
ferro.
Em
14/12/1912, foi noticiado no Rio, um fato na Câmara, onde o deputado Homero
Baptista pediu e obteve autorização para publicar os protestos contra o projeto
de divórcio, protestos estes, dos habitantes de Uruguayana, Itaquy, e Serro
Azul.[18]
Em
04/11/1914, O Coronel intendente de S. Luiz obteve autorização do Conselho
Municipal para instalar uma linha telefônica daquela cidade a colonia Serro
Azul.
Em
29/01/1915, seguiu para Serro Azul, o intendente de São Luiz Gonzaga, Coronel
Fructuoso Pinheiro Machado, a serviço eleitoral
Em
24/02/1915, o Governo do Estado mandou construir uma linha telefônica da Sede
de Commandahy (Guarani das Missões), à colonia Municipal, ficando a vila ligada
ao 5° Distrito, até Porto Lucena e núcleos coloniais de Serro Pellado e Serro
Azul.[19] Em 26/12/1916, noticias
de Commandahy, hoje Guarani das Missões, de que havia sido inaugurado o serviço
telefônico de Commandahy a S. Luiz, ficando a colonia Guarany, com São Luiz,
Santo Ângelo e colônias de Santa Rosa, Serro Azul, Municipal e Burity.[20]
Em
10/07/1915, os moradores da linha Santa Barbara, representados pelo Sr. Pedro
Malmann, dono de uma atafona, tocada a vapor, que estimou a produção de 2.500
sacos de farinha de boa qualidade, neste ano, o qual propôs ao Intendente de S.
Luiz Gonzaga Coronel Fructuoso a construção de uma ponte sobre o rio Encantado,
sendo a proposta os moradores fariam os trabalhos de pedras e os aterros da
ponte e a Intendência custearia as madeiras.[21]
Em
28/06/1915, seguiu para Serro Azul, o Intendente Fructuoso, a serviço.
Em
20/07/1915, os moradores da colonia Serro Azul e Guarany, notam movimento
favorável a candidatura para Senador o Marechal Hermes.[22]
Em
01/11/1915, retornou de viagem de inspeção, o Dr. Torres Gonçalves e o Coronel
Bráulio de Oliveira (intendente de Santo Ângelo), que percorreram as colônias
de Santa Rosa, Quaray, até o Porto Lucena e colonia Serro Azul, inspecionando
estradas e providenciando um plano de viação, mostrando Gonçalves grande
interesse e empenho no desenvolvimento destas colônias.[23]
Em
15/04/1916, seguiu viagem o vice presidente do Estado, em exercício, General
Salvador Pinheiro Machado, em viagem de inspeção, as colônias Santa Rosa,
Guarany e Serro Azul. [24]
Em
30/05/1915, de S. Luiz chegou a noticia de que o preço do milho na colonia
Serro Azul tende a baixar, por ser abundante a colheita.[25]
Em
19/09/1917, uma crise de transporte e comercio ficou resolvida na praça de
comercio, na capital do estado sendo esta região do estado designado o Coronel
Antônio Soares de Barros, conforme telegrama representando as colônias Guarany
e Serro Azul, conforme telegrama de Coronel Dico de Ijuhy comerciante, nos
assuntos das dificuldades e prejuízos por falta de transportes. Assinaram o
referido telegrama: Guilherme Carlson, Antônio Saffi, Theodoro Rittmann, Jorge
Nesmi, Leão Warpechowski, Zigmundo Gurski, Adolpho Ambros, Júlio Lubini, Adão
Straub, Zygmundo Novakowski, João Hoffmann, João Kowalski, Marcello Straub,
João Kuznienski, Ignacio Salawski, Reinhard Mundstock, Roberto Frey, Pedro
Kliemann, Adolfo Hungrath, Julio Schwengberg, Lydio Silva, Pedro Moscão,
Antônio Lubini, Ladislau Zborowski.[26]Supõe-se, que o grupo
acima deveria ser dos comerciantes das duas colônias. O Coronel Antônio Soares
de Barros era representante da praça de Cruz Alta, cuja cidade era a promotora
do evento, e contou com delegados representantes de todos estado, e reuniram-se
no dia 21/09/1917, as 10 horas em Porto Alegre, sendo que o delegado de Cruz
Alta chegou dois dias antes pelo “noturno”, acredito ser o trem noturno,
para o congresso dos comerciantes, conforme noticiado. No dia 22/09 clareou as
premissas da crise de transporte, sendo que o congresso dos comerciantes
debateu acerca das medidas a serem reclamada contra as irregularidades do
trafego da Viação Férrea do Rio Grande do Sul, em extensa e forte reivindicação
ao Estado e a União.
Deixamos
de publicar aquelas notícias em que houve brigas e mortes, e foram fato de notícia
no Jornal A Federação.
Em
27/02/1918, o bispado de Uruguaiana divulgou relatório, onde consta 31
matrimônios em Serro Azul e 70 em São Luiz.
Em
05/04/1918, o Intendente de São Luiz proclamou em seu relatório anual que “foram
compostas as estradas de Serrinha (Estradas do Serro Azul – Guarany), no Passo
dos Viola.[27]
Em
28/10/1919, foi publicado a estatística da população do Estado, onde, entre
outros Ijuihy, com 28.300 habitantes, 1.424 km2, densidade demográfica, 19,7
km2; Santo Ângelo 31.400 habitantes, 13.000km2, densidade 2,5; S. Luiz Gonzaga,
26.200 habitantes, 4.918 km2, densidade 5,4, na sede em São Luiz, 2.400
habitantes; totalizando o Estado 1.385.500 habitantes, 265.000 km2, densidade
7,5; e nos principais povoados mais importantes consta em Santo Ângelo – São
Miguel, Guarany, 14 de julho (Santa Rosa), Santo Christo, Nickel, Campinas. São
Luiz Gonzaga - São Nicolau, Serro Azul, Poço Preto e Serro Pellado. [28]
Em
03/10/1922, o fiscal de São Luiz remeteu faturas de maquinas adquiridas em
Serro Azul pelo Sr. Roberto Frey, da empresa Alliança Sul, para refino de
banha.[29]
Em
08/02/1923, deu-se notícia de que estava quase terminado o levantamento da
estrada de ferro que vai de Santo Ângelo a São Luiz Gonzaga e que foi
construída sob a chefia do Capitão Buarque, e consta que em poucos dias
estudará ele, um novo traçado com passagem obrigatória por Guarany e Serro Azul.[30]
Em
15/02/1923, foi publicado extrato de reforma dos estatutos da Caixa Econômica
Serro Azul, Município de São Luiz Gonzaga, sociedade de credito, sistema
Raiffeisen, responsabilidade pessoal solidaria, etc.[31]
Em
12/07/1923, O Ministro de Viação e Obras Públicas, enviado ao jornal Missões de
São Luiz Gonzaga, comunicava que determinou que se procedesse um novo estudo de
um traçado que partindo de Santo Ângelo atravessasse a Colonia Guarany e Serro
Azul em demanda a São Luiz, ponto terminal, neste sentido providenciou a
Inspetoria Federal de Estradas de Ferro, para que o comandante do 1º Batalhão
ferroviário e o engenheiro chefe da estrada de ferro de Cruz Alta a Porto
Lucena, estudem as indicações fornecidas pelo diretor das Missões. [32],
Em
04/11/1924, houve o levante militar de Prestes, tendo se acantonado em São Luiz
Gonzaga. O Jornal noticia que 2.000 colonos de Serro Azul, Serro Pellado,
Colonia Sommer, e outras situadas no município de São Luiz, às margens do rio
Ijuhy, ao receberem a notícia do levante reuniram cerca de 2.000 homens e
postavam guarda em todos os passos e nas embocaduras das linhas, tornando assim
praticamente impossível a entrada dos sediciosos. No jornal de 21/11/1923, se
noticia que Serro Azul, não quis fornecer viveres aos revolucionários, nem
mediante pagamento à vista. É uma história que merece um capítulo a parte, sem
dúvida, os colonos se sentiram acuados, porém, mostraram firmeza nas suas
convicções em defender suas propriedades.
Em
06/11/1926, foi criado uma cooperativa “Sociedade Cooperativa Colonial” na
Linha São Salvador, Colonia de Serro Azul, com a finalidade de compra, venda e
beneficiamento de produtos coloniais. [33]
Em
06/12/1926, foi criado a Comunidade “Immanuel evangélica-lutherana de Serro
Azul, na colonia Pinheiro Machado, 4ºdistrito de São Luiz Gonzaga, cujos
estatutos foram firmados por, Emilio Vorpagel,diretor, João Vorpagel, diretor,
Curt Raschke, pároco, Gustavo Griep, Carlos Christian Lorentzer, Germano fiss,
Emilio Frank, Frederiko Stallbaum, Alberto Klug, Augusto Griep, Alberto Carlos
Griep, Henrique Pagel, Ricardo Frank, Alberto Griep, Emilio Klug, Alberto
Eduart Vorpagel, Ricardo Vorpagel Segunta, Erich Wachholz , João Heill, Alberto
Bergmann, Alberto Augusto Vorpagel. [34]
Em
27/05/1927, inaugurada a variante da estrada mandada construir pelo intendente
de São Luiz Gonzaga, no trecho conhecido como Serrinha, conduz a colonia
Guarany e Serro Azul. Falaram em nome do intendente o Dr. Decio coimbra, e
também falaram o Capitão Oliveira mesquita, e o Dr. Pedro Soeiro de Souza e,
por último o advogado Pedro Pacheco em nome dos habitantes das colônias
Guarany, Rondinha e Serro Azul, agradecendo os melhoramentos entregues e
inaugurados.[35]
Em
08/09/1927, foi aberto propostas em São Luiz Gonzaga, pelo Intendente
Virigilino Coimbra, estando presente o Coronel Irineu Queiroz, representantes
da imprensa, além de todos os funcionários do município, para construção da
usina hydro elétrica da cascata do Pirapó, no rio Ijuhy. Compareceram a concorrência três empresas, e
dentro das propostas estava a construção de rede para abastecer Serro Azul.
Após lavrada a ata, o intendente colocou para apreciação e estudo da Secretaria
de Obras Públicas. Destaca ainda cada vez mais o interesse público por esta
obra, ao tempo em que se espera a construção da estrada de ferro de Jaguary a
esta cidade (S. Luiz).[36] Foi firmado contrato com
a Sociedade Suissa, para construção de uma usina hidro-eletrica moderna, para
abastecer São Luiz e as demais colônias. A transmissão será de alta tensão de
20.000 volts aos centros consumidores, com previsão de sub-estações nos locais
mais povoados com transformadores. A queda de 9 metros no Pirapo, com bastante
água pode fornecer cerca de 10.000 cavalos. A turbina pesa mais ou menos 12.000
kilos sendo a maior turbina que já entrou no estado. O tubo adutor de 1600mm,
turbina com eixo vertical, com sistema de hélice com velocidade especifica
extra alta com o gerador acoplado diretamente no eixo da turbina, e as
escavações na rocha foram de até 10 metros, levando 2 meses para execução.[37]
Em
17/10/1928, foi empossado o novo intendente de São Luiz Gonzaga de Virgilino
Coimbra para Marcellino Krieger, para o quadriênio 1928 – 1932, e tomo posse no
mesmo dia os conselheiros (vereadores), Lindolpho Gonçalves de Oliveira, Leão
Warpechowski, Alziro Ferreira de Moraes, Dr. Pedro Pereira de Camargo, Arthur
Queiroz, Eugenio Rotta, e Monsenhor Estanislau Wolski, com discursos
entusiastas pelas autoridades representadas, e a noite do mesmo dia terminou
com uma cervejada na casa do ex-intendente.[38]
Em
16/01/1929, foi criado a Congregação das Filhas do Divino Amor, na colonia
Serro Azul, no município de São Luiz Gonzaga. [39]
Em
18/04/1929, despertou entusiasmo a fundação de uma sociedade anônima, para fins
de refino de banha e derivados e porco, sendo que em Serro Azul houve a
subscrição com cerca de 400 cotas, algumas no valor de mais de 40:000$000[40]
Em
24/02/1931, foi criado a coletoria em Serro Azul, pelo decreto 4.729, de
24/02/1931, pelo interventor federal, José Antônio Flores da Cunha, com
jurisdição, ou abrangendo, os territórios do 4°, 5°, 6° e 9° distritos com
limitações ao norte com o Rio Commandahy, abaixo até a foz do rio Uruguay, ao
sul pelo rio Ijuhy, acima até a barra do Lageado Grande, a Leste com o Lageado
Grande a partir da foz do Rio Ijuhy, entre os lotes 53 da Linha Porto Alegre e
30 da Linha Chinita, e deste marco em reta até o Rio Commandahy, etc. e a Oeste
com o rio Uruguay, até a barra do rio Ijuhy.[41]Nomeado o Sr. Eugenio Thomaz
para o cargo de guarda. Em 24 de agosto, pelo decreto 4.849, foi declarado
avulso o escrivão da coletoria Sr. Arthur Maraninchi.
Em
27/04/1931, noticiou-se que tombou morto a bala, em conflito numa festa de
colonos o Major Antônio Cardoso, na Linha Encantado, sub-prefeito e
republicano. Mortos também dois sobrinhos do mesmo e ficando gravemente ferido
o filho João Cardoso. Consta ainda que o promotor do conflito Taversani, que
ferido gravemente veio a falecer, constando ferida também sua mãe.[42]Em outra publicação no dia
28/04/1931, esclarece que foi na localidade de S. Marcos num baile, provocado
por dúvidas entre os irmãos, Affonso, Adolfo e Eduardo Feversani, e os Srs João
Cardoso filho e Antônio Theodoro Cardoso. Morreram na luta os irmãos Anibal, Eduardo
Feversani, Affonso Feversani, uma senhora e outro morador das redondezas
ficaram feridos, consta ainda que Antonio Cardoso na saída sala tentando conter
os ânimos, levou um tiro certeiro na nuca, tendo morte instantânea. [43]
Em
20/04/1932, pediu demissão o sub-prefeito Sr. Lindolfo Gonçalves de Oliveira, e
indicado para substituir o Sr. Theophila de Mattos Marques. [44]
Em
19/12/1936, foi criado um Grupo Escolar em Serro Azul, pelo Decreto n. 6.345,
de 11/12/1936, assinado por Flores da Cunha.[45]
Ilustração
publicada p.9, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=174068&pesq=%22Serro%20Azul%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=3684, acessado em 23/02/2024.
Em
1913, foi criado pelo Sumo Pontífice Leão X a Diocese de Uruguaiana, onde se
inclui a Colonia Guarany e Serro Azul.[46]
Os
italianos comemoraram 50 anos de imigração, tem um grande material no link https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=57509
Festa
em Guarany Dr. João Dane https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=58450
Histórico
poloneses guarani das missões, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=882054&pesq=%22Serro%20Azul%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=22150
Em 1910, já encaminhadas muitas
famílias à região de Campina, entre russos e suecos, foi demarcada uma pequena
sede, com a finalidade de formar um centro comercial, pois, Porto Lucena
distava 30 km e ou 44 ao Commandahy (Guarani), e para facilitar ainda mais a
vida dos imigrantes foi aberta outra estrada ligando Nikel a Colônia de Serro
Azul.37 Cândido José Godoy se refere da seguinte forma sobre Serro Azul: [...]
para facilitar a vida a esta zona, mandei abrir na sede Nickel, uma estrada
ligando as nossas terras à colônia Serro Azul, onde, há 12 kilometros, existe
um moinho e serraria a vapor. 38 Neste mesmo ano, a Companhia Colonizadora
Riograndense fundou a Colônia Boa Vista, entre os rios Boa Vista e Santo
Cristo, e eram de propriedade de Dr. Horst Hoffmann, que havia adquirido do
Estado, tornando o que hoje é o município de Santo Cristo, rapidamente, em um
polo de crescimento regional, polarizando o centro imigratório.
Algumas considerações, no
entanto, são necessárias, para entendermos a situação. Por exemplo, São Luiz
Gonzaga considerava o 5º Distrito muito grande, tanto que criou a Colônia Serro
Azul, em 1902. Já estavam criadas cinco sedes em 1913, as sedes das futuras
cidades da região, a exemplo: Commandahy, Nickel, Porto Lucena, São Francisco
Xavier (Porto Xavier) e Laranjeiras (Ubiretama)
Em 1922, foi inaugurada uma linha
de caminhão, para transporte de carga mista. Da metade da carroceria do veículo
citado para a parte da dianteira eram colocadas tábuas atravessadas que serviam
de bancos aos passageiros; muita gente reclamava a dureza das tábuas, outros
davam graças a Deus por terem este transporte que era único. O espaço que
ficava livre, a contar dos bancos, era utilizado como carga de mercadorias
(SANTOS, Pedro Marques, p. 301-302). Partia de Santo Ângelo nas terças-feiras
às 8 horas, passando por Guarani e Serro Azul até São Luiz. Quando em viagem
normal, das 16 às 17 chegava em São Luiz, e regressava de São Luiz (inverso)
aos domingos às 8 horas. O preço da passagem era de 40$000(quarenta mil réis).
Esta linha era de Olimpio Beck, pioneiro neste trajeto.
O Ministro Francisco Salles
anunciou que estudos haviam sido feitos e apreciados pelo Ministério de Guerra.
Este ramal, no entanto, seria por Santo Ângelo – Guarany – Serro Azul – São
Luiz, mas este projeto também morreu nas gavetas do ministério (SANTOS, Pedro
Marques, p. 306
Registros do município com sedes
distritais, leis e decretos de criação foram encontrados no Livro de Registros
municipal, especificando que, entre 1920-1926, o município estava assim
dividido: 1º Districto - RR de 17.10.1817; 2º São Nicolau - L.P. 1827-
04.05.1881; 3º Igrejinha - AM 829 - 03.11.1899; 4º São Francisco Xavier - LP-
1238 - 03.11.1880; 5º Colônia Guarany - LP - 20.11.1883; 6º Colônia Serro Azul
- AM - 65- 08.12.1913; 7º São Lourenço - DM - 14.06.1926; 8º Santa Lucia - AM -
128 - 31.12.1926; 9º Roque Gonzalez – AM; Convenções: RR - Resolução Regia; LP
- Lei Provincial; AM - Acto Municipal; DM - Decreto Municipal (VIEIRA, Sonia
Bressan, 2010). O Município de São Luiz Gonzaga era formado por Distritos, sendo
o atual Guarani das Missões, 5º Distrito, como já vimos acima. A Governança era
subsidiada por subprefeitos, subdelegados entre outros.
[1] http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=388653&pesq=%22Serro%20Azul%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=14400
[2] Jornal do Dia, p. 10, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=098230&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=24610, acessado em 24/02/2024.
[3] Jornal do dia, p. 10, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=098230&pesq=%22Serro%20Azul%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=24670, acessado em 26/02/2024.
[4] Outeiro, pequena elevação do
terreno, altar ou lomba.
[5] Jornal do dia, p. 9, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=098230&pesq=%22Serro%20Azul%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=24980, acessado em 27/02/2024.
[6] Jornal do Dia, p.9, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=098230&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=25056, acessado em 28/02/2024.
[7] Diario de noticias, p.1, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=369365&pesq=%22colonia%20guarany%22&pasta=ano%20189&hf=memoria.bn.br&pagfis=11411, acessado em 28/02/2024.
[8] Gazeta de noticias, p 1, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=103730_03&pesq=%22colonia%20guarany%22&pasta=ano%20189&hf=memoria.bn.br&pagfis=10517, acessado em 28/02/2024.
[9] Relatorio, p.426, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=873730&Pesq=%22colonia%20guarany%22&pagfis=1975, acessado em 28/02/2024.
[10] Relatorio, p. 518, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=873730&Pesq=%22colonia%20guarany%22&pagfis=3216, acessado 28/02/2024.
[11] A federação p. 4, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&pagfis=25281, acessado em 20/02/2024.
[12] A federação p. 4, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&pagfis=25521 acessado em 20/02/2024.
[13] A Federação, p.2, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&pagfis=25755, acessado em 20/02/2024.
[14] A Federação, p.2, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=35353, acessado em 22/02/2024.
[15] A Federação, p. 2, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&pagfis=25829, acessado em 20/02/2024.
[16] A Federação p.1, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&pagfis=25904, acessado em 21/02/2024.
[17] A Federação p. 3, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=26204 acessado em 21/02/2024.
[18] A Federação p.3, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=26230, acessado em 21/02/2024.
[19] A Federação, p. 1, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=31456, acessado em 21/02/2024.
[20] A Federação, p. 3, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=35656, acessado em 22/04/2024.
[21] A Federação, p.6, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=32169, acessado em 21/02/2024.
[22] A Federação, p.4, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=32343, acessado em 21/02/2024.
[23] A Federação, p. 5, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=32904, acessado em 21/02/2024.
[24] A Federação, p. 6, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=33987, acessado em 21/02/2024.
[25] A Federação, p.4, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=34257, acessado em 21/02/2024.
[26] A Federação p. 6, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=37267, acessado em 22/02/2024.
[27] A Federação p.3. https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=38694, acessado em 22/02/2024.
[28] A Federação, p. 5, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=42414, acessado em 22/02/2024.
[29] A Federação, p. 6, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=49532, acessado em 22/02/2024.
[30] A Federação, p. 5, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=50445, acessado em 22/02/2024.
[31] A Federação, p. 7, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=50487, acessado em 22/02/2024.
[32] A Federação, p. 4, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=51388, acessado em 22/02/2024.
A
Federação, p. 1, 04/11/1924 coluna prestes e organização dos colonos texto
longo https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=54679, idem: https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=54793, acessado em 22/02/2024.
[33] A Federação, p.7, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=59896, acessado em 23/02/2024.
[34] A Federação, p.7, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=60094, acessado em 2
3/02/2024.
[35] A Federação, p.5, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=61316, acessado em 23/02/2024.
[36] A Federação, p. 7, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=62042, acessado em 23/02/2024.
[37] A Federação, p. 4, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=66555, acessado em 23/02/2024.
[38] A Federação, p. 5, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=65062, acessado em 23/02/2024.
[39] A Federação, p. 7, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=65734, acessado em 23/02/2024.
[40] A Federação, p. 4, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=66389, acessado em 23/02/2024.
[41] A Federação, p. 5, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=68580, acessado em 23/02/2024.
[42] A Federação, p. 2, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=68951, acessado em 23/02/2024.
[43] A Federação, p. 1, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=68958, acessado em 23/02/2024.
[44] A Federação, p. 4, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=71053, acessado em 23/02/2024.
[45] A Federação, p. 7, https://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=388653&Pesq=%22Serro%20Azul%22&pagfis=80951, acessado em 23/02/2024.
[46] Almanak Litterario e estatístico,
p. 26, https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=829447&pesq=%22Serro%20Azul%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=8239, acessado em 23/02/2024.